No discurso de vitória, na terça-feira à noite, Crawford afirmou que esta vitória é contra "ataque sem precedentes à nossa democracia".
"Os cidadãos de Wisconsin defenderam-se de um ataque sem precedentes à nossa democracia", disse ela. A seguir, a juiz, que vai ocupar um lugar no Supremo, afirmou que "Wisconsin disse em voz alta que a Justiça não tem preço. Os nossos tribunais não estão à venda".
Este resultado significa que os democratas mantêm uma maioria ideológica de 4 para 3 no Supremo Tribunal de Wisconsin.
A maioria é muito significativa porque o tribunal vai analisar e tomar decisões sobre temas como o aborto.
O republicano reconheceu a derrota e quando os apoiantes começaram a vaiar Susan Crawford, Schimel interrompeu-os: "Não, vocês têm que aceitar os resultados".
Musk também comentou a derrota e acusou “a esquerda de corromper o sistema judiciário".
A vitória democrata acontece apesar de Elon Musk ter gasto milhões de dólares na candidatura de Brad Schimel. Dinheiro que transformou esta eleição para o Supremo a mais cara da história norte-americana. Foram gastos cerca de 80 milhões de dólares na campanha, sendo que 20 milhões foram investidos por Elon Musk e grupos de apoio.
O homem mais rico do mundo repetiu no estado de Wisconsin o que fez nas Presidenciais, ou seja “comprou” votos. Ofereceu cheques de um milhão de dólares a eleitores e pagou 100 dólares a todas as pessoas que assinaram uma petição contra "juízes ativistas". Assim que foi tornado público o envolvimento de Musk, as doações populares nos democratas “explodiram”.
A corrida para um lugar no Supremo Tribunal de Wisconsin ficou marcada também pela taxa de participação. Milwaukee, a maior cidade de Wisconsin, registou uma “participação histórica”, em sete assembleias de voto acabaram os boletins antes de terminada a votação.
Jeannine Ramsey, 65 anos, revela o sentimento que elegeu a democrata Susan Crawford. Esta eleitora considera
“vergonhoso que Elon Musk possa vir aqui para gastar milhões de dólares e tentar subornar os cidadãos”.